terça-feira, 26 de outubro de 2010

A cidade a Escola e os nossos Jovens

  
Évora, a nossa cidade, que ao longo dos tempos viu passar e nascer grandes icones, grandes mitos, inumeras estórias, é hoje parte integrante de um Alentejo, que aos poucos vai alicerçando a sua cultura desportiva de forma mais sustentável que nunca. Depois das II guerras púnicas, Roma acabada de liquidar Cartago chega finalmente á penisula Ibérica, numa região onde tribos e mais tribos assumiam de forma anarquica a sua guarda. Depois de lutas, avanços e recuos, traiçoes e negociações com os Lusitanos, um dos seus generais disse um dia: "Na Ibéria está um povo que não se governa nem deixa governar", deixando-nos este legado escrito que será precisamente o ponto de partida para  uma mentalidade que ainda hoje perdura e que será a nossa alavanca para este humilde comentário.
   Num país que vive á base de três grandes "multinacionais" ao nivel do futebol, e que pouco ou nada potencia os grandes talentos que brotam dos seus mais infimos recantos, presenciamos hoje, o reflexo e a consequencia desse modo de estar ainda para mais inseridos numa região á beira da desertificação.
Évora, que nos ultimos anos viu a sua população estagnar, viu em tempos projectar-se, rever-se, dignificar-se e promover-se ás mãos do glorioso Lusitano que hoje inconsebivelmente está no trilho do fracasso e da mediocridade. Á falta de infraestruturas desportiva dignas que possam não só potenciar como proporcionar aos nossos jovens uma pratica desportiva digna, encontramos num outro vértice um conjunto de escolas na nossa cidade com um sem fim de pavilhões desportivos. Contrasenso? Talvez! Afinal em que ficamos? Muito simples... Évora, não tem infraestruturas municipais, mas tem pavilhões, Évora tem um numero significativo de jovens entre os 4 e 10 anos, mas os clubes não têm condições para os albergar. Évora tem grandes talentos, mas não tem onde os treinar!
É aqui que a resposta a esta problemática terá que se iniciar, a cidade, a escola e os nossos jovens têm tudo para se conectar. Fará sentido ter inumeros clubes, nos quais nos deparamos com condições absolutamente terceiro mundistas e onde não há qualquer possibilidade de se pagar um vencimento a profissionais da área? E que tal ser a escola, espaço de partilha, de propaganda, de livre acesso á comunidade, local onde deviamos começar a apostar em verdadeiros clubes de formação. A autarquia de facto já deu o 1º passo nesse sentido ao criar os centros de formação de modalidades. Mas, terão essas crianças continuidade?
Muitas perguntas, algumas hipóteses...afinal poderemos ser um oásis no meio deste infimo oceano parco numa cultura desportiva de referencia. Para finalizar relembro alguns factos que poderão sustentar a importância do que mencionei anteriormente:
Évora teve:
- C. Nacionais de Orientação
- C.Nacionais de Xadrês
- C.Nacionais de Atletismo
- Évora já teve:
- Modalidades nas 1ªs Divisões nacionais.
- Atletas em Mundiais


Agora e mesmo para finalizar, o que seria se a escola tivesse um papel na potenciação e acolhimento dos nossos jovens valores? R: Vamo-nos governar e não deixar que minorias nos desgovernem!

1 comentário:

  1. Uma análise brilhante e uma visão extraordinária para o futuro dos nossos meninos.

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